Um opinião
No dia 09 de setembro, um domingo, a
Rede Globo exibiu no Fantástico uma reportagem a respeito das mortes em
acidentes de trânsito no Brasil. De acordo com pesquisas, em poucos anos o
número de mortes em atropelamentos ou batidas será maior que o de homicídios de
todos os tipos.
Antes da reportagem, foi aberta no
site da emissora uma enquete com a seguinte questão: criar leis e penas mais
duras seria o suficiente para reduzir a imprudência? Oitenta e seis por cento
responderam que sim, mas a questão gera dúvidas inclusive em mim. Durante todo
o programa, a opinião dos internautas foi apresentada. Muitos diziam que a
violência e a imprudência são resultado da má-educação em casa, e que a cadeia
não basta para resolver o problema. Pensando nisso, me pergunto: será que o cidadão
que aposta nos rachas ou volta pra casa dirigindo depois de beber merece
possuir uma CNH?
A má-educação existe mesmo. Por
outro lado, também é verdade que as penas para homicídio culposo no trânsito
são muito brandas. Uma pessoa que atropela e mata alguém pode cumprir até
quatro anos de prisão, mas também pode escapar do xadrez pagando fiança ou
prestando serviços comunitários. Assim é muito fácil “se redimir”, mas, quando
alguém morre, a família tem de aprender a conviver com a dor da perda de um
filho, filha, pai ou mãe. E não há serviço que seja suficiente para reparar a
vida de alguém que, por exemplo, fica paraplégico por uma simples imprudência,
um infeliz descuido.
Um caso que não foi mencionado na
reportagem, mas que quero lembrar, é o do teste do bafômetro. As blitz deveriam
estar em todo lugar, corrigindo motoristas irresponsáveis que colocam em risco
as vidas de outras pessoas.
Penso que o teste do bafômetro
deveria ser obrigatório. Quem não deve, não teme – diz o ditado – e na minha
concepção, quem se recusa a fazer o teste, andou bebendo antes.
O brasileiro não pode fornecer
provas contra si mesmo. Alguém que é obrigado
a fazer o bafômetro estaria fazendo isso; mas o motorista irresponsável não
deveria enrolar a corda no próprio pescoço pensando numa causa nobre – como,
por exemplo, impedir que uma família inteira morresse colidindo com seu carro?
Minha cabeça fica cheia com todas
essas perguntas. Talvez a irresponsabilidade venha desde a auto-escola, do
costume de andar de carro sem cinto de segurança ou falando ao celular.
Mas o número de acidentes de
trânsito nas avenidas movimentadas ou nas estradas mais distantes já não pode
ser ignorado. O que o motorista brasileiro precisa são duas pequenas coisas:
mais amor à vida e mais consciência.
By:
Lethycia Dias
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