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sábado, 29 de setembro de 2012

Quarto Vazio



Quarto Vazio





Eis que na primeira aurora do dia
Uma silhueta se remexe no leito
– para buscar sua inspiração
Desperta o eterno insatisfeito.

Os raios de sol não o acolhem,
Ele se identifica mais com a lua;
Fala com ela no início da noite
Se declarando à musa sua.

É ela quem lhe põe as idéias na cabeça
Em noite fresca e pouco iluminada
Desde a crítica ao mundo louco
Até o soneto para a amada.

Mas a lua é a única,
Que outros amigos ele não tem;
Ela o compreende
Pois se sente sozinha também.

Não há nada de atrativo ou bonito
Em escrever sobre este mundo sombrio:
A vida de um poeta
É nada mais que um quarto vazio.

Lethycia Dias
Goiânia, 24 de setembro de 2012

terça-feira, 25 de setembro de 2012

O Tempo




O Tempo


O tique-taque das horas
e o vai-e-vem interminável dos dias...
Ah, se pudesse o tempo morria!
Entediar-se deve ser fácil,
que tudo se repete,
tudo passa e repassa,
e é sempre igual
e o tempo, indivíduo infernal!

O tempo são versos infinitos,
que vêm não se onde
e vagueiam sem destino.
O tempo tem a alma de um menino!
Ele engana os homens que o medem
com a maior naturalidade.
O tempo é incerto e impreciso
zomba de todos nós com um sorriso!

Lethycia Dias
Goiânia, 21 de setembro de 2012

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

A Inspiração da Natureza


 Nos Bastidores


Pode até haver quem curte morar no décimo andar de um prédio, sem quintal, sem animais de estimação, sem jardim ou garagem. Mas morar numa casa também tem suas vantagens, e são muitas, como: poder sentar do lado de fora e ler um livro; ver o céu sem ser pela janela, de dia ou de noite, e pensar que ele não tem fim; ou mesmo ver o simples da vida que acontece nos bastidores da nossa vida, muitas vezes sem percebermos.

Observar pássaros sempre foi pra mim um passatempo divertido. Quando tínhamos uma videira (ou parreira) no quintal de casa, eu gostava dever os visitantes que vinham por causa das uvas. Duas vezes ao ano, quando as uvas começavam a amadurecer, meu quintal pela manhã ficava infestado de lindos passarinhos pretos com a barriga branca. Eles vinham e se fartavam das uvas que ainda não haviam sido recolhidas, e era incrível ficar vendo eles voarem e se alimentarem ao mesmo tempo.


Onde moro agora não há uma videira, mas observo outras variedades de pássaros: uma grande quantidade de bem-te-vis, joões-de-barro e pardais aparecem no meu quintal todos os dias, ainda mais quando coloco água com açúcar no nosso bebedouro para beija-flor – diga-se de passagem, todos eles compartilham a água. Certa vez tive o prazer de acordar com um bando de araras fazendo a maior algazarra na árvore de fícus. É claro que quando eu fui até lá elas voaram, mas sempre vou poder dizer que vi de perto uma arara em liberdade. E nunca vou me esquecer também do feliz episódio em que fotografei um beija-flor em pleno vôo. Sei que uma coisa assim dificilmente se repetirá.

Fotografei o beija-flor por pura sorte. Ele estava pousado no arame, e voou quando me aproximei!



Por agora, uma fêmea cuja espécie não sei arrumou um lugar bem interessante para fazer seu ninho: na terra de uma das samambaias da minha mãe! Ela fica lá praticamente o dia inteiro, e numa das poucas vezes em que saiu, descobrimos que já estava chocando um ovo. Quero acompanhar de perto o crescimento do filhote.

















Vejam onde ela inventou se fazer seu ninho!



Gosto muito de morar numa casa. É ótimo ver os pássaros, cuidar das plantas e sentir o cheiro de terra molhada quando chove pela primeira vez depois da estiagem.

Falando em plantas, outro dos meus passatempos é fotografá-las. Sou apaixonada por copos-de-leite, flores de maio e orquídeas, e estou há meses fotografando as plantas da minha mãe quando florescem. 






As orquídeas são minhas favoritas: são plantas lindas, que encantam muitas pessoas. Inclusive escrevi um poema pensando nelas. Eis a inspiração da natureza:

As Orquídeas

Eu as tenho de todas as cores:
Branca, amarela, cor de rosa, carmim
São tudo o que me restou
São elas que cuidam de mim.
De manhã seu perfume enche a casa,
O respiro com sofreguidão.
De dia, sou pura felicidade
- À noite, solidão.

À medida que os dias passam,
Uma ou outra pétala cai;
Areia de ampulheta,
Sua vida se esvai.
Minha lágrima molha a terra
Quando me dou conta da verdade:
As orquídeas envelhecem,
 Se encontram com a morte, como a humanidade.

Lethycia Dias
24/04/2012

By: Lethycia Dias

sábado, 15 de setembro de 2012

Mortes no Trânsito


Um opinião


            No dia 09 de setembro, um domingo, a Rede Globo exibiu no Fantástico uma reportagem a respeito das mortes em acidentes de trânsito no Brasil. De acordo com pesquisas, em poucos anos o número de mortes em atropelamentos ou batidas será maior que o de homicídios de todos os tipos.
            Antes da reportagem, foi aberta no site da emissora uma enquete com a seguinte questão: criar leis e penas mais duras seria o suficiente para reduzir a imprudência? Oitenta e seis por cento responderam que sim, mas a questão gera dúvidas inclusive em mim. Durante todo o programa, a opinião dos internautas foi apresentada. Muitos diziam que a violência e a imprudência são resultado da má-educação em casa, e que a cadeia não basta para resolver o problema. Pensando nisso, me pergunto: será que o cidadão que aposta nos rachas ou volta pra casa dirigindo depois de beber merece possuir uma CNH?
            A má-educação existe mesmo. Por outro lado, também é verdade que as penas para homicídio culposo no trânsito são muito brandas. Uma pessoa que atropela e mata alguém pode cumprir até quatro anos de prisão, mas também pode escapar do xadrez pagando fiança ou prestando serviços comunitários. Assim é muito fácil “se redimir”, mas, quando alguém morre, a família tem de aprender a conviver com a dor da perda de um filho, filha, pai ou mãe. E não há serviço que seja suficiente para reparar a vida de alguém que, por exemplo, fica paraplégico por uma simples imprudência, um infeliz descuido.
            Um caso que não foi mencionado na reportagem, mas que quero lembrar, é o do teste do bafômetro. As blitz deveriam estar em todo lugar, corrigindo motoristas irresponsáveis que colocam em risco as vidas de outras pessoas.
            Penso que o teste do bafômetro deveria ser obrigatório. Quem não deve, não teme – diz o ditado – e na minha concepção, quem se recusa a fazer o teste, andou bebendo antes.
            O brasileiro não pode fornecer provas contra si mesmo. Alguém que é obrigado a fazer o bafômetro estaria fazendo isso; mas o motorista irresponsável não deveria enrolar a corda no próprio pescoço pensando numa causa nobre – como, por exemplo, impedir que uma família inteira morresse colidindo com seu carro?
            Minha cabeça fica cheia com todas essas perguntas. Talvez a irresponsabilidade venha desde a auto-escola, do costume de andar de carro sem cinto de segurança ou falando ao celular.
            Mas o número de acidentes de trânsito nas avenidas movimentadas ou nas estradas mais distantes já não pode ser ignorado. O que o motorista brasileiro precisa são duas pequenas coisas: mais amor à vida e mais consciência.

By: Lethycia Dias

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Música e Redes Sociais


Música nas Redes Sociais


            Numa época em que ninguém mais compra CDs porque as músicas estão disponíveis de graça na internet, sendo baixadas a todo momento por milhões de pessoas, o que os artistas fazem para conseguir sucesso? A resposta é simples: correm para as redes sociais! Hoje é muito comum postar um vídeo no YouTube e ficar famoso por isso; aliás, muitos artistas começaram dessa maneira, saindo então do anonimato no campo da música e também do humor, como é o caso de Felipe Neto, apresentador e protagonista do programa Até Que Faz Sentido, no canal Multishow, que começou apresentando-se em vídeos divertidos que fizeram muito sucesso.Os internautas assistem, compartilham e divulgam, e em pouco tempo a pessoa está sendo reconhecida nas ruas, logo vem a mídia querendo audiência através de uma entrevista com o novo famoso, e por aí vai...
            Depois do Orkut, as redes sociais viraram mania no Brasil, uma verdadeira febre que contagiou a todos. As redes de bate-papo foram sendo deixadas de lado, e cada novo recurso tecnológico significa um pouco menos de privacidade para os usuários, que não se importam com isso.
            Vendo que os CDs vendiam cada vez menos, os artistas também entraram na onda, usando a internet para conquistar ou manter seu pedacinho de terra no mundo da fama, e também aproveitando para ficar perto dos fãs mais desesperados, que se antes os seguiam pessoalmente, agora também o fazem pelo computador.
            Antigamente os artistas vendiam milhões de discos. Hoje, fazem vários shows por semana, dão festas, aparecem em programas de TV e ainda arranjam um tempinho para o Facebook e Twitter.
            Mas uma coisa é certa: o mundo da música jamais será o mesmo depois do surgimento das redes sociais.
            É também por meio delas que se popularizam músicas eróticas e desrespeitosas, e também músicas que não trazem nenhuma cultura a quem ouve. Essas são ouvidas nas rádios, nas ruas, nas festas, nas escolas, nas novelas de televisão, e ficam no ar por algum tempo, até que o artista lance outro grande sucesso. Mas em geral, são esquecidas depois de alguns meses, o que prova que no mundo virtual tudo é muito rápido e passageiro. Músicas que hoje são divulgadas pela internet ficam em alta por um breve momento, se comparadas a grandes sucessos que se eternizaram, como Detalhes, de Roberto Carlos.
            A verdade é que as redes sociais influenciam e divulgam o estilo de muitos artistas novos, mas a cada dia surgem tantas novidades, que o sucesso é apenas momentâneo.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Feira de Ciências



            Não há nada mais interessante que reunir projetos práticos e teóricos elaborados por alunos e exibidos para todos. Uma feira de ciências exige muita pesquisa, esforço e trabalho em equipe, não só no dia das apresentações, mas desde que o evento é proposto.
            No dia 31 de agosto, foi realizada a Feira de Diversidade Cultural e Científica da minha escola, e pelo menos no turno da tarde, havia um monte de projetos que me deixaram de boca aberta.
            Uma extensa pesquisa a respeito da profecia maia de que o mundo acabará em 21 de dezembro de 2012, com direito a sala fechada e apresentação de um pequeno documentário, foi apresentada pelos alunos do 9º ano. Por acaso li o projeto escrito do grupo, e tenho certeza de que tiraram, ou chegaram perto de tirar 10.
            Na Sala das Ilusões, o visitante é vendado e tem que descobrir um mundo completamente estranho, como se fosse cego. Guiada por alguém, toquei em algo mole e molhado, que me disseram ser minhocas (preferi não acreditar nessa parte); depois bebi um líquido amargo que parecia vinagre e comi um amendoim; andei por cima de terra, gravetos e folhas secas; cheirei algo que parecia canela em pó, e depois uma cebola; tudo isso sem enxergar, numa sala fechada e com uma música de fundo assustadora.
            Uma garota com o cabelo desgrenhado e uma maquiagem forte e muito bem-feita simulava uma pessoa que usa drogas há muito tempo, ao lado das amigas que exibiam um vídeo do mesmo tipo, com fotos de “antes” e “depois”.
            Leite, corante e detergente, misturados, formam o Leite Psicodélico, um dos projetos da minha turma, que muda de cor sozinho o tempo todo, gerando um efeito que não dá pra descrever.
            Garotos apresentaram uma espécie de Calculadora Reciclável, uma parafernália enorme feita de papelão, baterias, fios e uma pequena lâmpada. Conecta-se o primeiro fio à bateria identificada como √49, e o outro à bateria com o número 7, e a luz acende. Por incrível que pareça, a luz só acendia se a resposta estivesse certa.
            A Sala do Pânico tinha uma fila tão grande que não consegui entrar, mas imagino que a coisa estava boa lá dentro. E havia muito mais: maquetes, música, dança, e até um vídeo sobre Bullying, um mal que atinge muitos alunos:


































O meu grupo apresentou uma pesquisa sobre Doenças Sexualmente Transmissíveis: o que são, como surgiram, quais são, o que causam, se têm cura ou tratamento, além de informações e curiosidades:






Exceto alguns incidentes que sempre ocorrem quando muita gente se reúne, a Feira de Ciências do turno vespertino no Colégio Estadual Parque dos Buritis foi um sucesso.



Xilogravura x Isoporgravura

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Duas Artes Parecidas


Nunca fui muito fã de aula de Artes; a parte teórica é muito interessante e interliga-se com a História, mas a verdade é que só se diverte de verdade quem sabe desenhar. Talvez por isso eu não tenha muita paciência, meu negócio é escrever, e se minhas notas na matéria são boas, é porque estudo para as provas.


Mas uma coisa bem legal de se fazer na aula de Artes, e que dá pra fazer também em casa, é a Isoporgravura.
Para fazer basta uma bandeja de isopor que pode ter sido usada e lavada; tinta guache, acrílica ou de tecido; folhas brancas; um rolo pequeno de tinta; jornal velho, uma tampa de pote de manteiga para espalhar a tinta; lápis, caneta e tesoura.



Trata-se de uma modalidade “genérica” da xilogravura, técnica de impressão de desenhos muito usada na época da literatura de cordel, muito comum no Nordeste brasileiro. A xilogravura consiste em talhar o desenho na madeira com instrumentos específicos, passar a tinta por cima, e “carimbar” o desenho no papel, com a ajuda de uma prensa. Na isoporgravura é a mesma coisa, exceto a parte da prensa, e o desenho em feito em isopor.

Minha intenção era colocar dois vídeos com o passo a passo da técnica, mas não consegui, porque o primeiro é muito grande. Então, aqui vão as instruções:

1. Com um lápis, faça um desenho de leve sobre o isopor. Depois, aprofunde usando uma caneta de ponta fina:







A imagem ao lado foi retirada do Google. Depois de passar a caneta, o desenho fica como a imagem de cima, bem marcado no isopor.




2. Depois de aprofundar o desenho, passe bastante tinta com um rolo pequeno.




3. Coloque por cima de uma folha branca depois de desenhar o contorno exato da bandeja de isopor com o lado sujo de tinta virado para cima. Coloque outra folha branca sobre o lado sujo de tinta.

A seguir, há um vídeo bem curto resumindo essas instruções.


E no final, é assim que fica. Aqui estão todas as isoporgravuras que fiz para a escola:




Os vídeos estão disponíveis com áudio também no Youtube.