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segunda-feira, 17 de junho de 2013

Uma Linda Aquarela




E aproveitando que falávamos de Vinícius, eu gostaria também de estender minha homenagem a uma canção interpretada por outro grande poeta, Toquinho, uma canção que ouvi pela primeira vez ainda criança, e nunca deixou de gerar curiosidade em mim, e acho que em todas as outras pessoas que a ouviram: Aquarela.
O site oficial de Toquinho conta a história desta bela composição (confira aqui), fruto de uma parceria entre Toquinho e o músico italiano Maurizio Fabrizio, que juntos compuseram músicas para quatro discos entre 1983 e 1994. Mas não estamos aqui para isso. O que pretendo é passar ao leitor a impressão que sinto toda vez que a ouço.
Os quatro versos que compõem a primeira estrofe já são o suficiente para mexer com nossa imaginação. Desenhar talvez pareça um hábito infantil, para alguns, mas desenhar figuras como as descritas na canção, de forma tão simples, porém com todo o encanto que se vê na mente de uma criança, com certeza não é nem um pouco infantil.
A parte que mais me toca talvez seja aquela que nos traz o futuro como uma perspectiva vindoura, mas ao mesmo tempo imprevisível, que não se sabe quando virá, mas para a qual devemos estar preparados.

Mas qual seria a verdadeira magia de Aquarela? Sua simplicidade, talvez? Sim, mas não sozinha. O que mexe com as pessoas nesta canção é não só a simplicidade, mas o fato de trazer de volta toda a inocência e imaginação características da infância, referentes a uma época remota e distante, da qual todos nós de certa forma, temos uma imensa saudade, uma nostalgia pelo fato de ser um tempo ao qual não poderemos mais voltar, pois quando envelhecemos, simplesmente "descoloriu"... Ela vai nos trazendo, aos poucos, pedaços de um mundo infinito, repleto de possibilidades e cheio de beleza, que até o fim do último acorde emana em nossas mentes.
 



 
Numa folha qualquer
Eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas
É fácil fazer um castelo...

Corro o lápis em torno
Da mão e me dou uma luva
E se faço chover
Com dois riscos
Tenho um guarda-chuva...

Se um pinguinho de tinta
Cai num pedacinho
Azul do papel
Num instante imagino
Uma linda gaivota
A voar no céu...

Vai voando
Contornando a imensa
Curva Norte e Sul
Vou com ela
Viajando Havaí
Pequim ou Istambul
Pinto um barco a vela
Brando navegando
É tanto céu e mar
Num beijo azul...

Entre as nuvens
Vem surgindo um lindo
Avião rosa e grená
Tudo em volta colorindo
Com suas luzes a piscar...

Basta imaginar e ele está
Partindo, sereno e lindo
Se a gente quiser
Ele vai pousar...

Numa folha qualquer
Eu desenho um navio
De partida
Com alguns bons amigos
Bebendo de bem com a vida...

De uma América a outra
Eu consigo passar num segundo
Giro um simples compasso
E num círculo eu faço o mundo...

Um menino caminha
E caminhando chega no muro
E ali logo em frente
A esperar pela gente
O futuro está...

E o futuro é uma astronave
Que tentamos pilotar
Não tem tempo, nem piedade
Nem tem hora de chegar
Sem pedir licença
Muda a nossa vida
E depois convida
A rir ou chorar...

Nessa estrada não nos cabe
Conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe
Bem ao certo onde vai dar
Vamos todos
Numa linda passarela
De uma aquarela
Que um dia enfim
Descolorirá...

Numa folha qualquer
Eu desenho um sol amarelo
(Que descolorirá!)
E com cinco ou seis retas
É fácil fazer um castelo
(Que descolorirá!)
Giro um simples compasso
Num círculo eu faço
O mundo
(Que descolorirá!)

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